O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a
liberação do FGTS deve ficar em torno de R$ 30 bilhões neste ano, chegando a R$
12 bilhões em 2020. Segundo ele, a medida abrangerá tanto contas ativas quanto
inativas e o trabalhador poderá fazer o saque todos os anos.
24/07/2019 - 09:24:30
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Mais de 80% das contas do FGTS têm até um salário mínimo | Foto: Divulgação |
As contas vinculadas do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS) com saldo na faixa de até um salário mínimo (R$ 998)
correspondem a 84% do número de contas, mas detêm somente 5,84% do saldo,
enquantoas contas com saldo na faixa superior a 100 salários mínimos (R$
99.800) correspondem a 0,13% da quantidade de contas e 14,73% do total dos
valores depositados. Em 2017, o saldo médio apresentado foi de R$ 1.465,84. Os
dados são do último relatório de gestão do fundo, de 2017, utilizado pelo
governo para o estudo das regras de liberação de saque que serão anunciados
nesta quarta-feira, dia 24.
De acordo com o documento, 93,9% das contas têm saldo de
até seis salários mínimos (R$ 5.988) e representam, somente, 22,1% do saldo total.
As contas ativas tinham um total de R$ 358 bilhões, e as
inativas, R$ 20 bilhões. O FGTS tinha 99,7 milhões de contas ativas e 154
milhões de inativas.
Ricardo Teixeira, coordenador do MBA em Gestão Financeira
da Fundação Getulio Vargas (FGV), lembra que a finalidade do FGTS é servir como
uma poupança, uma reserva financeira para o trabalhador.
— A preocupação do ponto de vista do trabalhador é que no
momento em que ele mais precisar, na demissão ou na aposentadoria, o dinheiro
já terá sido sacado. Por outro lado, o rendimento do fundo traz perdas para o
trabalhador — afirmou Teixeira.
Alexandre Espírito Santo, professor de Finanças e
Economia do Ibmec/RJ e economista da Órama, recomenda que o trabalhador comece
a planejar uma poupança própria com esses recursos.
— Acho ruim pegar o dinheiro que o governo vai liberar e
sair gastando, comprando sem necessidade. A ideia da equipe econômica é
alimentar o consumo para tirar a economia desse marasmo, mas é preciso se
planejar para não perder a poupança lá na frente — avaliou o economista.
Demissão sem justa causa representa a maior parte dos
saques
Os casos de demissão sem justa causa respondem por 65,3%
do total de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. De acordo com o
relatório de demonstração financeira do FGTS de 2017 (último balanço
disponível), foram efetuadas 102 milhões de liberações de saque em contas
vinculadas, no montante de R$ 118,6 bilhões.
Historicamente, os valores sacados pelos trabalhadores
têm se concentrado em três modalidades. No critério de demissão sem justa causa
(65,3% do montante sacado), seguido por aposentadoria (16,19%) e habitação
(13,52%). As três modalidades citadas, juntas, representam mais de 90% do total
de saques.
Os saques efetuados na modalidade moradia — que
contemplam aquisição de imóvel pronto ou em construção, liquidação e
amortização de saldo devedor ou pagamento de parte das prestações de
financiamento da casa própria concedido no âmbito do SFH — apresentaram
crescimento se comparado a 2016.
Também foram liberados recursos no valor de R$ 19,2
bilhões, na modalidade aosentadoria, a aproximadamente 10,5 milhões de
trabalhadores.
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