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Os vencedores do prêmio Nobel da Paz 2018, Denis Mukwege e Nadia Murad, assinam o livro de laureados durante entrevista coletiva em Oslo, no domingo (9) — Foto: Heiko Junge/NTB Scanpix/AFP |
Denis Mukwege e
Nadia Murad receberão prêmio na segunda-feira. 'Este Nobel não fará a violência
desaparecer, nem os ataques a mulheres, grávidas, crianças, bebês. Mas nosso
objetivo é que o prêmio abra portas', diz Murad.
Os vencedores do prêmio Nobel da Paz, o médico congolês
Denis Mukwege e a yazidi Nadia Murad, ex-escrava de extremistas, disseram neste
domingo (9) esperar que o prêmio ajude a dar fim à impunidade dos autores de
violências sexuais.
O ginecologista de 63 anos e a jovem iraquiana, de 25,
receberão nesta segunda-feira em Oslo o Nobel atribuído conjuntamente por sua
luta contra o estupro como "arma de guerra".
"Este prêmio Nobel não fará a violência desaparecer,
nem os ataques a mulheres, grávidas, crianças, bebês", declarou Murad à
imprensa.
"Mas nosso objetivo é que o prêmio abra portas, e já
é o caso", acrescentou.
Como outras milhares de mulheres yazidis, Murad foi
submetida à escravidão sexual pelo grupo extremista Estado Islâmico após uma
ofensiva no Iraque em 2014.
Após conseguir escapar, a jovem, cuja mãe e seis irmãos
foram assassinados, luta para que a perseguição ao povo curdo seja reconhecida
como genocídio.
"Nenhum membro do Estado Islâmico foi julgado. Já
não estão no Iraque, mas vemos que os estupros continuam como arma de
guerra", destacou.
Denis Mukwege atende vítimas de violência sexual há duas
décadas no hospital de Panzi, fundado no Bukavu, leste da República Democrática
do Congo (RDC), região afetada pela violência crônica.
"A denúncia não é suficiente, é preciso agir",
disse em coletiva de imprensa.
"Nos conflitos armados, (...) a transformação dos
corpos das mulheres em campo de batalha é um ato inadmissível em nosso
século", acrescentou.
O prêmio Nobel da Paz é composto por uma medalha de ouro,
um diploma e um cheque de 9 milhões de coroas suecas (US$ 993 mil, ou cerca de
R$ 3,9 milhões).
Por France Presse
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