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Em período chuvoso, combate à dengue começa em Goiás
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Já para Zika, houve redução em relação ao mesmo período
do ano passado. Nesta terça (13), o Ministério da Saúde lançou campanha
publicitária para reforçar o combate ao Aedes
Dados epidemiológicos de janeiro a outubro de 2018
apontam que alguns estados apresentam aumento de casos de Dengue, Zika e Chicungunya
em comparação com o mesmo período de 2017. Em Goiás, até 27 de outubro, o
aumento de casos de dengue é de 16%, passando de 59.784 casos em 2017 para
69.489 no mesmo período de 2018. Neste ano, a incidência da dengue é de 1.025,1
casos/ 100 mil habitantes. Para Chikungunya, o aumento é de 24%, passando de
156 casos em 2017 para 194 em 2018, com incidência de 2,9 casos/100 mil
habitantes. Já em relação ao zika, houve redução de 75%, passando de 3.812
casos em 2017 para 917 neste ano, com incidência de 13,5 casos/100 mil
habitantes. O Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira (13) campanha publicitária
de combate ao mosquito Aedes aegypti que objetiva mobilizar toda a população
sobre a importância de intensificar, neste período que antecede o verão, as
ações de prevenção contra o mosquito, que transmite Dengue, Zika e Chikungunya.
Com o slogan "O perigo é para todos. O combate
também. Faça sua parte", a campanha ressalta que a união de todos, governo
e população, é a melhor forma de derrotar o mosquito, e que a vigilância deve
ser constante. Os meses de novembro a maio são considerados o período epidêmico
para as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, porque o calor e as chuvas são
condições ideais para a proliferação do mosquito. “É o momento em que todos -
União, estado e municípios, e a população em geral - devem ter maior atenção e
intensificar os esforços para não deixar a larva do mosquito nascer. No caso da
população, além dos cuidados, como não deixar água parada nos vasos de plantas,
é possível verificar melhor as residências, apoiando o trabalho dos agentes de
endemias”, explica o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do
Ministério da Saúde, Divino Martins.
De acordo com o coordenador, os agentes de endemias
utilizam três técnicas simples, que levam cerca de 10 minutos, para vistoriar
casas, apartamentos e espaços abertos. “Os agentes de endemias estão nas ruas
vistoriando todos os espaços em todo o país. Contudo, a população pode se
empoderar também dessas técnicas e se antecipar à visita dos agentes. Durante
os meses que antecedem o verão e ao longo de 2019, o Ministério da Saúde vai
fazer o alerta contra o mosquito e ensinar, por meio de vídeos tutoriais, entre
outros meios, como são essas técnicas. Além dos 60 mil agentes de endemia, a pasta
quer contar com os mais de 200 milhões de brasileiros para serem
multiplicadores dessas ações”, destaca o coordenador Divino Martins.
Além do lançamento da campanha, está prevista ainda, para
o final de novembro, a divulgação do Levantamento Rápido do Índice de
Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), ferramenta utilizada para identificar os
locais com focos do mosquito nos municípios. O LIRAa é um instrumento
fundamental para o controle do mosquito. Com base nas informações coletadas, os
gestores podem identificar os bairros onde estão concentrados os focos de
reprodução do mosquito, bem como o tipo de depósito onde as larvas foram
encontradas. O objetivo é que, com a realização do levantamento, os municípios
tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e
controle do mosquito Aedes aegypti.
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
DENGUE – Até 27 de outubro, foram notificados 220.921
casos de dengue em todo o país, uma pequena redução em relação ao mesmo período
de 2017 (223.171). A taxa de incidência, que considera a proporção de casos por
habitantes, é de 106,4 casos/100 mil habitantes. Com relação ao número de
óbitos, a queda é de 22,1% em relação ao mesmo período do ano anterior,
passando de 167 mortes em 2017 para 130 neste ano.
No total, 12 estados apresentam aumento de casos em
relação ao mesmo período de 2017. Entre eles, destacam-se Goiás, Rio Grande do
Norte e Acre, que registram as maiores incidências, com 1.025 casos/100 mil
habitantes em Goiás; 624,4 casos/100 mil habitantes no Rio Grande do Norte e
420,8 casos/100 mil habitantes no Acre. As informações completas estão no
Boletim Epidemiológico – Semana 43.
CHIKUNGUNYA – Até 27 de outubro, foram registrados 80.940
casos de febre chikungunya, o que representa uma taxa de incidência de 39,0
casos/100 mil habitantes. A redução é de 55,7% em relação ao mesmo período do
ano passado, quando foram registrados 182.587 casos. A taxa de incidência no
mesmo período de 2017 foi de 87,9 casos/100 mil/hab. Neste ano, foram
confirmados laboratorialmente 34 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram
189 mortes confirmadas.
No total, sete estados apresentam aumento de casos em
relação ao mesmo período de 2017. Entre eles, destacam-se Mato Grosso e Rio de
Janeiro, que registram as maiores incidências, com 394,5/100 mil habitantes no
MS e 210,8 casos/100 mil habitantes no
RJ.
ZIKA – Foram registrados 7.544 casos prováveis de zika em
todo país, até 27 de outubro, uma redução de 54,6% em relação a 2017 (176.616).
A taxa de incidência passou de 8,0 em 2017 para 3,6 neste ano.
No total, sete estados apresentam aumento de casos em
relação ao mesmo período de 2017. Entre eles, destaca-se o Rio Grande do Norte,
com 14,9 casos/100 mil habitantes.
AÇÕES PERMANENTES
Durante todo o ano, o Ministério da Saúde realiza ações
permanentes de vigilância, prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti, com
apoio da Sala Nacional de Coordenação e Controle (SNCC) e das Salas Estaduais.
As videoconferências com as 27 salas estaduais ocorrem mensalmente e, durante o
período epidêmico, são realizadas quinzenalmente. O Ministério da Saúde também
oferece, continuamente, aos estados e municípios apoio técnico e fornecimento
de insumos, como larvicidas para o combate ao vetor, além de veículos para
realizar os fumacês, e testes diagnósticos, sempre que solicitado pelos
gestores locais.
Para estas ações, a pasta tem garantido orçamento
crescente aos estados e municípios. Os recursos para as ações de Vigilância em
Saúde, incluindo o combate ao Aedes aegypti, cresceram nos últimos anos,
passando de R$ 924,1 milhões, em 2010, para R$ 1,93 bilhão em 2017. Este
recurso é destinado à vigilância das doenças transmissíveis, entre elas dengue,
zika e chikungunya e é repassado mensalmente a estados e municípios. Além
disso, desde novembro de 2015, foram destinados cerca de R$ 465 milhões para
pesquisas e desenvolvimento de vacinas e novas tecnologias. Neste ano, o
orçamento destinado para as ações de vigilância em saúde é de R$ 1,9 bilhão.
Por Camila Bogaz, da Agência Saúde
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